Dados do Trabalho


Título

Investigação da presença do vírus da Febre do Nilo Ocidental em indivíduos com síndrome febril aguda indiferenciada

Introdução

O vírus do Nilo Ocidental (VNO) pertence à família Flaviviridae, gênero Flavivírus. É um arbovírus zoonótico transmitido pela picada de mosquitos, principalmente do gênero Culex e o Aedes albopictus. O vírus se mantém na natureza em um ciclo epidemiológico de transmissão entre aves silvestres e mosquitos. O primeiro registro de caso humano do VNO no Brasil ocorreu em 2014, em Aroeiras do Itaim (PI). E em 2019, um cavalo com distúrbio neurológico foi diagnosticado com VNO em Boa Viagem, Ceará. Após o fato ocorrido no Ceará, 513 amostras biológicas foram testadas para VNO por testes sorológicos e/ou moleculares e não detectaram nenhuma circulação ativa de VNO no estado. Mas, com a exposição prévia ao VNO foi confirmada a detecção de anticorpos neutralizantes específicos em 44% dos equídeos, 20,9% em aves domésticas, 4,7% em aves silvestres, 2, 6% em humanos e 1,5% em pequenos ruminantes. Portanto, esses resultados mostraram que não apenas os equinos, mas também os humanos e diferentes espécies de animais domésticos e selvagens foram expostos ao VNO.

Objetivo (s)

Investigar a presença do VNO em indivíduos com suspeita clínica de síndrome febril aguda indiferenciada (SFA) com resultado negativo para dengue.

Material e Métodos

Amostras de indivíduos com SFA e negativos para dengue foram testados para o vírus da Febre do Nilo Ocidental pela técnica Nested RT-PCR. A extração do RNA viral foi realizada no extrator automático Extracta 32 (Loccus). Para amplificação do material genético foram utilizados os iniciadores descritos por Johnson et al., 2001, tendo como alvo a região do envelope do genoma do vírus. Os amplicons foram visualizados em eletroforese em gel de agarose 2%. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade de Fortaleza sob o n°3.325.291.

Resultados e Conclusão

Quarenta e dois indivíduos com SFA e negativos para dengue foram testados pela técnica Nested RT-PCR. Desses, não houve amplificação pelo método molecular com os iniciadores utilizados.
Conclusão: Nesta pesquisa não se detectou o VNO, porém não pode descartar a circulação desse vírus na região. A doença causa sinais e sintomas parecidos com outras arboviroses, dessa forma, a vigilância epidemiológica é fundamental para identificação dos casos.

Palavras-chave

Síndrome Febril Aguda, vírus da Febre do Nilo Ocidental, Dengue.

Agradecimentos

Fundação Edson Queiroz

Área

Eixo 08 | Arboviroses

Autores

Daniela Cristina Sensato Monteiro, Tarcylio Esdras de Almeida Rocha, Léo Santiago, Natália Vasconcelos Souza, Jeová Keny Baima Colares, Danielle Malta Lima