Dados do Trabalho


Título

O líquido da casca da castanha de caju (LCC) induz a morte celular e o aumento dos níveis de óxido nítrico em larvas de Aedes aegypti

Introdução

O mosquito Aedes aegypti é o principal vetor de arboviroses como a dengue, chikungunya e zika, sendo necessário o uso de medidas profiláticas como inseticidas, para evitar sua proliferação e, consequentemente, de suas arboviroses. O líquido da casca da castanha de caju (LCC), é uma substância que apresenta propriedades biológicas e terapêuticas, sendo comprovada a sua atividade larvicida em Ae. aegypti. Dessa forma, se justifica a necessidade de entender o mecanismo de ação envolvido. O óxido nítrico (NO) é uma molécula biossintetizada, que além de ser possivelmente tóxico durante o estresse oxidativo, também está envolvido em reações imunológicas de insetos. O aumento da produção de NO por hemócitos está relacionado com a resposta imune contra agentes estranhos. Na hemolinfa encontram-se células incolores suspensas chamadas de hemócitos, células com diferentes funções, que atuam no sistema imunológico dos mosquitos.

Objetivo (s)

Avaliar o perfil celular e a produção de NO por hemócitos de larvas de Ae. aegypti expostas ao LCC, além de analisar a toxicidade em organismo não alvo.

Material e Métodos

25 larvas de Ae. aegypti (L3) provenientes da colônia cíclica do Laboratório de Biotecnologia Aplicada a Parasitas e Vetores da UFPB, foram expostas a CL50 (426,2 ppm) obtida nos testes de atividade larvicida. A hemolinfa das larvas foi coletada e acondicionada em tubos com PBS, os quais foram centrifugados e o sobrenadante utilizado para dosagem do NO pelo método de Griess. Já o botão celular foi ressuspendido e utilizado para avaliação do perfil celular com o auxílio da câmara de neubauer e microscópio óptico. Os testes foram feitos em duplicata e a análise estatística foi feita com o programa Graphpad Prism. As diferenças foram consideradas significativas quando o p < 0,05. Os ensaios de toxicidade foram realizados com a Artemia salina, em grupos de 10, expostas ao LCC por 24h e em triplicata.

Resultados e Conclusão

O LCC causou a diminuição de 61 % do total de hemócitos. Além disso, observou-se um aumento de 3,3 vezes na produção de NO no grupo teste, em relação ao controle (0,81 Vs 2.69 ppm). já no teste de toxicidade foi verificado que ocorreu 100% de mortalidade nos grupos testes. Conclui-se que a atividade larvicida do LCC em Ae. aegypti está ligada à morte celular e ao aumento da produção de NO por hemócitos. Por ser tóxico para organismos não alvo, sua utilização deve ser cautelosa.

Palavras-chave

Arboviroses, inseticidas, hemolinfa.

Agradecimentos

Área

Eixo 04 | Entomologia / Controle de Vetores

Autores

Wanessa Christini Costa Dantas, Mohanna Alves da Silva Nery, Renan Tavares Leite, Esther Correia dos Santos Nascimento, Joanna Diângelis Souza Santos, João Paulo Carvalho de Lima, Maura Vieira dos Santos Souza, Itamara Farias Leite, Fabíola da Cruz Nunes